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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Reencontrando a luz daquele que está no Escuro


Por Humberta Rosaline


O instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do Rio Grande do Norte (IERC), situado no bairro do Alecrim, representa uma oportunidade para o desenvolvimento dos portadores de deficiências visuais, permitindo maior independência, liberdade e autonomia. Fundado em 16 de julho de 1952, por iniciativa do médico Ricardo César Paes Barreto, com o objetivo de incluir essa parte da população na sociedade.
Deficiente visual desde o nascimento, o presidente do IERC-RN, Marcos Antônio da Silva, participa das atividades do instituto desde 1973. “A importância da escolaridade e da reabilitação é inserir o aluno na sociedade sem nenhum tipo de recriminação, e é isso que fazemos oferecendo atividades de música, teatro, educação física, locomoção, orientação e mobilidade e contamos também com um projeto digital onde ensinamos os alunos a manusear o computador”, ressalta o presidente.
Marcos Antônio afirma que a vida de um deficiente visual é comum, e ver como uma pessoa normal. “A questão de querer vencer na vida não reside na deficiência, e sim na dedicação e na sua força de vontade, de querer fazer, mesmo sabendo de todas as suas dificuldades, o instituto dar essa independência e autonomia aos seus alunos, todos os dias ensinamos a cada um deles a conquistarem o seu espaço na sociedade”, diz Marcos.
A estudante Luzia da Silva,41 anos, perdeu completamente a visão em virtude de uma diabete há oito anos, e desde então passou a freqüentar o IERC, e se reencontrou. “Quando cheguei aqui eu era desatualizada, não tinha noção mais de nada, só depois com aulas e as atividades, me reencontrei e comecei a enxergar a vida de um modo diferente, me tornei mais humana, ser deficiente não é o fim do mundo, pelo contrário, encontramos um novo mundo”, afirma.
Luzia indagou que a cidade não tem acessibilidade e se torna difícil caminhar pelas calçadas. “Rampas não é a salvação dos cegos”. Enfatiza a deficiente visual. O presidente da instituição informou que muita coisa já tem melhorado, mais é preciso continuar na luta para melhorar ainda mais ou pelo menos amenizar. “ Questionado sobre o problema da inclusão social ele diz que está na falta de educação das pessoas, de não querer entender o individuo, de achar que somos diferentes por viver na ausência da luz”, finaliza.
Atualmente com 180 alunos o instituto se mantém através de doações da comunidade e convênios com órgãos públicos, “Procuramos atender a todos os deficientes visuais que se interessa em participar e em se habilitar e reabilitar, proporcionando oportunidades para o seu desenvolvimento, permitindo a sua integração e reintegração á sociedade”, enfatiza Gleide Medeiros vice-presidente do IERC-RN.

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