Por Humberta Rosaline
O instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do Rio Grande do Norte
(IERC), situado no bairro do Alecrim, representa uma oportunidade para o
desenvolvimento dos portadores de deficiências visuais, permitindo maior
independência, liberdade e autonomia. Fundado em 16 de julho de 1952, por
iniciativa do médico Ricardo César Paes Barreto, com o objetivo de incluir essa
parte da população na sociedade.
Deficiente visual desde o nascimento, o presidente do IERC-RN, Marcos
Antônio da Silva, participa das atividades do instituto desde 1973. “A importância da
escolaridade e da reabilitação é inserir o aluno na sociedade sem nenhum tipo
de recriminação, e é isso que fazemos oferecendo atividades de música, teatro,
educação física, locomoção, orientação e mobilidade e contamos também com um
projeto digital onde ensinamos os alunos a manusear o computador”, ressalta o
presidente.
Marcos
Antônio afirma que a vida de um deficiente visual é comum, e ver como uma
pessoa normal. “A questão de querer vencer na vida não reside na deficiência, e
sim na dedicação e na sua força de vontade, de querer fazer, mesmo sabendo de
todas as suas dificuldades, o instituto dar essa independência e autonomia aos
seus alunos, todos os dias ensinamos a cada um deles a conquistarem o seu espaço
na sociedade”, diz Marcos.
A
estudante Luzia da Silva,41 anos, perdeu completamente a visão em virtude de
uma diabete há oito anos, e desde então passou a freqüentar o IERC, e se
reencontrou. “Quando cheguei aqui eu era desatualizada, não tinha noção mais de
nada, só depois com aulas e as atividades, me reencontrei e comecei a enxergar
a vida de um modo diferente, me tornei mais humana, ser deficiente não é o fim
do mundo, pelo contrário, encontramos um novo mundo”, afirma.
Luzia
indagou que a cidade não tem acessibilidade e se torna difícil caminhar pelas
calçadas. “Rampas não é a salvação dos cegos”. Enfatiza a deficiente visual. O
presidente da instituição informou que muita coisa já tem melhorado, mais é
preciso continuar na luta para melhorar ainda mais ou pelo menos amenizar. “
Questionado sobre o problema da inclusão social ele diz que está na falta de
educação das pessoas, de não querer entender o individuo, de achar que somos
diferentes por viver na ausência da luz”, finaliza.
Atualmente
com 180 alunos o instituto se mantém através de doações da comunidade e
convênios com órgãos públicos, “Procuramos atender a todos os deficientes
visuais que se interessa em participar e em se habilitar e reabilitar,
proporcionando oportunidades para o seu desenvolvimento, permitindo a sua
integração e reintegração á sociedade”, enfatiza Gleide Medeiros
vice-presidente do IERC-RN.
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