Por Otávio Albuquerque
O
Palácio dos esportes Djalma Maranhão foi construído no ano de 1963, no
tradicional bairro de Petrópolis, Zona Leste de Natal. Seu nome lhe foi
auferido em homenagem ao antigo jornalista e ex-prefeito da cidade,
Djalma Maranhão, que foi perseguido e deposto de seu cargo pelo fato de
ser comunista.
O abandono se tornou uma regra nas praças esportivas de
Natal. Assim como o seu co-irmão, o estádio Juvenal Lamartine, e outros
tradicionais centros esportivos, o Palácio dos esportes também foi
vítima do tempo e da falta de preservação.
A estrutura atual do ginásio está muito danificada. Problemas nas
instalações elétricas e hidráulicas, piso sem pintura, equipamentos
enferrujados, vestiários sujos e sem o mínimo de adequação para o uso
dos atletas. Além desses problemas, a sua parte externa evidencia ainda
mais o seu esquecimento, com as pichações e o mato invadindo as suas
dependências internas.
Em
meados do ano de 2011, o Palácio dos Esportes foi fechado para o
público, devido a sua falta de estrutura para atender aos visitantes.
Sobre esse fato, o diretor do ginásio, Manuel Francisco, esclarece
alguns questionamentos. “A nossa situação é extremamente complicada. É
preciso dizer para as pessoas que estavam acostumadas a assistirem a
jogos no Palácio dos Esportes, que estamos de mãos atadas. A ordem de
fechamento do ginásio veio dos responsáveis por ele, ou seja, a
prefeitura e o governo do estado. Hoje em dia, não recebemos nenhuma
verba para a manutenção da quadra e da estrutura. Diante disso, não
temos condições de realizar qualquer obra de revitalização desse
patrimônio da nossa cidade”, afirma o diretor.
No início
do último mês de maio, o Ministério dos Esportes e o governo federal
aprovaram o projeto municipal de restauração do Palácio dos esportes, de
autoria da prefeitura e de técnicos da SECOPA (Secretaria estadual para
assuntos da Copa do Mundo).
“Tenho lutado constantemente, em Brasília, pela aprovação do projeto de
recuperação do Palácio dos esportes. Esforço recompensado. Ganha o
esporte local. O Palácio dos esportes é a memória viva do nosso esporte.
Tantos craques revelou, foi testemunha de inúmeros espetáculos e vamos
preservá-lo. Tudo isso foi empenho da prefeita Micarla de Sousa e do
ministro Aldo Rebelo, que foram fundamentais para a conquista dos
recursos necessários para a obra”, afirmou o titular da SECOPA Natal,
Jean Valério.
O projeto está orçado em 878 mil reais, contemplando a regeneração
completa da infraestrutura do ginásio. A idéia, segundo o secretário, é
que depois da reforma sejam organizadas outras atividades para a
sustentação do ginásio. “Estamos planejando manter atividades de alto
rendimento como o Basquete para cadeirantes e também implantar programas
que envolvam esporte e educação, para beneficiar a população”, explica o
secretário.
João
Eduardo trabalha a dez anos em uma cigarreira próxima ao Palácio dos Esportes. Ele conta que faz bastante tempo que ninguém aparece para
qualquer tipo de manutenção. “O Palácio dos esportes ainda está
completamente abandonado. Não estou sabendo de nada sobre essa reforma.
Na verdade, só existe movimentação no ginásio, aos domingos, quando tem
aulas para os estudantes que irão fazer o vestibular”, conta o
comerciante.
O
fato é que as obras de reestruturação do velho ginásio ainda não
começaram. Diante dessa notícia, a dúvida passa a nortear o pensamento
dos aficionados pelo esporte natalense. Será que veremos novamente algum
grande espetáculo no Palácio dos Esportes, ou ele será mais um de
nossos patrimônios esquecidos?
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