Por Gilson Tavares
A biblioteca pública Câmara Cascudo (BPCC), a maior biblioteca pública do Estado, localizada na rua Potengi, em Petrópolis, fechou suas portas para o público desde janeiro deste ano, para uma possível reforma, pois a mesma estava sem condições de atendimento.
O Diretor da biblioteca e oordenador do Sistema Estadual de Bibliotecas, Márcio Farias, disse que, ao assumir a biblioteca em 2005, a encontrou já em estado de decadência e fora da real atualidade. Além do acervo estar desatualizado, o próprio sistema ainda não era informatizado, e o prédio precisava de reforma. “ Ao ver que a biblioteca precisava dessa reforma e atualização, procurei buscar uma maneira de tentar melhorá-la. E, só em 2008, eu descobri que existe um recurso do Governo Federal, que na época era de 2 milhões e meio de reais, e que poderia ser usado nas bibliotecas públicas estaduais”. Disse.
Como Marcio não poderia solicitar esse dinheiro diretamente, procurou o Secretário da Cultura da época, e o convenceu a ajudá-lo. Quando o secretário foi atrás, em 2010, já não eram mais 2 milhões e meio de reais, e sim, 1 milhão e meio. Quando o processo chegou em Brasília, já foi no período mudança de governo. “Quando mudou o governo, mudou o secretário e aí tivemos que recomeçar todo o processo, mas conseguimos. Eu já havia feito um projeto dentro de minha área e a arquiteta acomodou aquilo que eu havia projetado dentro do seu projeto. Então ela mesma me falou que deveríamos recolher tudo, esvaziando o prédio, porque só assim poderia acontecer a reforma. Quando foi definido que o recurso seria liberado, assim fizemos, tivemos que fechar o prédio”, declara Marcio.
A biblioteca, que não tinha condições de atender ao público e ao mesmo tempo organizar os livros e tudo mais para a reforma, resolveu fechar as portas para os estudantes, principalmente os de Ensino Fundamental e Médio, quem mais visitavam a biblioteca. Porém a demanda de visitas já não estava tão boa, por causa das péssimas condições. “ Antes de fecharmos, já estávamos com um número de visitantes muito reduzido, tanto por causa da situação do prédio, como pelo acervo, que estava muito desatualizado e fora do contexto da informatização”, comenta.
A BPCC não tem previsão para ser reaberta, porém seu diretor supõe que se iniciarão as obras, no mais tardar em agosto deste ano, e serão concluídas provavelmente em agosto do próximo ano, mas enquanto isso os livros estarão no Solar João Galvão, na Av. Câmara Cascudo, sendo cadastrados e organizados, pois tudo estará informatizado, para melhor atender ao público.
Para o diretor , hoje um dos grandes problemas da SPCC está no quadro de funcionários, que não vai ter condições de atender à população quando voltar a funcionar, por causa do seu baixo número. “Há deficiência de servidores e técnicos. Precisamos de 20 bibliotecários e só temos três. A maioria dos servidores está para se aposentar. Se não houver novo concurso, para novas contratações, não vai adiantar todo esse esforço”, afirma.
A Biblioteca Câmara Cascudo, com 42 anos de existência nunca passou por uma reforma, mas nos próximos dois anos será toda climatizada e informatizada e terá ainda com muitas outras novidades. Quem for visitá-la, além de contar com um acervo mais atualizado, poderá ainda ter acesso a uma sala de espera com café, terminais de consulta, novo guarda-volumes, galeria de exposições, salão de leituras e pesquisas, internet, mesas para consultas em grupo e individual, sala de coleções especiais e obras raras, auditório com adaptação para sala de vídeo, elevador, espaço infantil, adaptação para deficientes, entre outros benefícios.
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