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quarta-feira, 13 de junho de 2012

EDTAM: Onde a dança acontece


Por Myllena de Pontes        

            Em meio ao antigo e histórico bairro da Ribeira, encontramos um prédio de três andares na Rua Chile, onde funciona o EDTAM (Escola de dança do Teatro Alberto Maranhão), a casa dos bailarinos potiguares. Fundada em 1985 pelos professores Carmem Borges e Edson Claro, a escola oferece os cursos de Ballet Clássico, Dança contemporânea e popular. Além das aulas, o EDTAM conta com grupos que repre­sentam a escola, entre eles o Grupo Infanto-Juvenil, Grupo Clássico e a Cia TAM.
            Atualmente, existem cerca 500 alunos, a maioria oriunda de bairros populares. Um dos principais objetivos da escola é oferecer oportunidades de aproximação com a arte da dança  a crianças e adolescentes. A escola vem se destacando como escola de referência no Estado, buscando cada vez mais a qualidade e o aperfeiçoamento técnico e artístico.
            O EDTAM está vinculado a Fundação José Augusto, órgão responsável pela política cultural do Governo do Estado do Rio Grande do Norte. Segundo a Diretora Administrativa, Solange de Freitas, o governo mantém as despesas dos prédios e alguns professores e funcionários. “Apesar de o governo manter a escola, existem muitos problemas físicos. Há 14 anos o prédio não passa por reformas, e precisamos de melhorias estruturais”, diz Freitas.
            Para ingressar na escola, os interessados passam por uma avaliação física no mês de Outubro de cada ano. Os selecionados pagam mensalmente uma taxa simbólica. O aluno Rafael da Silva Costa é novo na “casa” (termo utilizada para se referir a escola), com apenas quatro meses de aulas. “Minha experiência está sendo muito produtiva. O EDTAM representa uma porta para alcançar meus objetivos lá fora”, comenta o aluno.
            Com uma longa jornada na escola, a bailarina Meyriane Gonçalves, 18 anos, já possui uma grande bagagem de conquistas. Ela e sua irmã gêmea, Meyrielle Gonçalves, passaram oito anos no EDTAM. Em 2011 Meyriane passou na audição para a Escola Bolshoi, em Joinville, Santa Catarina. “O EDTAM não é simplesmente uma escola de ballet. Foi lá que as portas se abriram pra mim e onde tive todas as oportunidades que uma bailarina pode ter. A escola não me ensinou apenas a dançar, e sim sentir a dança com a alma”, afirmou Meyriane, que hoje mora em Joinville com sua irmã.
            Todos os anos, a escola participa de festivais em diversos países, entre eles Alemanha, Suíça e Estados Unidos. Durante esses eventos, alguns alunos solistas conseguem bolsas de estudos em outras escolas. “Nos festivais, há professores de diversas escolas e países. Eles funcionam como 'olheiros' e indicam esses alunos para concorrerem a bolsas”, explica Solange de Freitas. Num desses eventos o bailarino Breno Luceno participou da audição YAGP (Youth Amer­ica Grand Prix) e irá es­tudar em Nova York. “É difícil, soei muito pra chegar aqui e ainda vou suar bastante. Sempre tive o apoio da minha mãe e não estou nem aí para o que pensam, eu gosto do que faço”, disse Breno.
            Apesar da grande demanda de alunos interessados, há uma grande déficit em relação ao apoio e valorização do espaço e dos profissionais. “Muitas pessoas veem a dan­ça como diversão, não enxer­gam que é uma profissão como outra qualquer. Gostaria muito que houvessem audições no nosso estado para que os baila­rinos sejam remunerados”, disse a professora Wanie Rose.
            Ao participar de eventos e ganhar bolsas, os alunos aprendem e observam o fazer artístico de outros profissionais. Os prêmios recebidos são consequência de um grande trabalho desenvolvido por bailarinos, professores e diretores do EDTAM. E para conseguir êxitos nos resultados, todos os alunos são unânimes: É preciso respeito, compromisso, disciplina e muito amor a dança.

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